A sina do sertão
Asturdia memo eu tava me alembrano
Qui sina braba aquela de vivê no sertão
A seca estropia dimais
E as gente num tem nem pão
Uns pranta e num cói
Outros cói o que num prantô
É muitos vivendo na misera
E pôcos u'a vida de dotô
Água prá bebê só se buscá nas canela
Os caminhão-pipa inté chega perto
Mas o diêro prá comprá água
É cuma achá água no diserto
A aposentação muitos inté tem ela
É pôca mais vale muito pelo muito qui num se tem
Um tiquim pros neto, um cadim pros fi
Outro tiquim nos cumerço e o ristim prás criação
Má chegô a metade do mêis e lá tá eles
De novo sem nada nas mão
Meu Deus que sina braba aquela de vivê no sertão
Só o Siô pode oiá pro eles
Pruquê já num resta mais pitição
É gente sem sê gente,
É gente isbilitada qui perdeu as feição
É gente disprezada e isplorada
Por quem num tem as condição
É gente qui morre de trabaiá sem vê nem um tustão
Pruquê tudo vai pará nas mão
De quem num tem coração.
Autor: João Batista de Oliveira
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