UNIVERSIDADE SÊNIOR SANT´ANNA

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CURSO DE EXTENSÃO CULTURAL PARA A TERCEIRA IDADE

quarta-feira, 27 de março de 2013

POESIA REGIONAL



A sina do sertão

Asturdia memo eu tava me alembrano
Qui sina braba aquela de vivê no sertão
A seca estropia dimais
E as gente num tem nem pão


Uns pranta e num cói
Outros cói o que num prantô
É muitos vivendo na misera
E pôcos u'a vida de dotô


Água prá bebê só se buscá nas canela
Os caminhão-pipa inté chega perto
Mas o diêro prá comprá água
É cuma achá água no diserto


A aposentação muitos inté tem ela
É pôca mais vale muito pelo muito qui num se tem 
Um tiquim pros neto, um cadim pros fi 
Outro tiquim nos cumerço e o ristim prás criação 
Má chegô a metade do mêis e lá tá eles 
De novo sem nada nas mão


Meu Deus que sina braba aquela de vivê no sertão 
Só o Siô pode oiá pro eles 
Pruquê já num resta mais pitição 
É gente sem sê gente, 
É gente isbilitada qui perdeu as feição


É gente disprezada e isplorada
Por quem num tem as condição
É gente qui morre de trabaiá sem vê nem um tustão 
Pruquê tudo vai pará nas mão 
De quem num tem coração.
Autor: João Batista de Oliveira

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