Eu estava à beira de chegar atrasada. No entanto, uma vozinha dentro de mim disse: "Pare."
Então parei. Olhei para ela. Aproximei-me, peguei sua mão e a rodopiei. Minha filha de sete anos, Caitlin, entrou em nossa órbita e eu também a peguei. Nós três dançamos alucinadamente pela sala de jantar até chegarmos à sala de estar. Ríamos. Rodopiávamos. Será que os vizinhos podiam ver a loucura pelas janelas? Não tinha importância. A música chegou ao fim com um floreio dramático e nossa dança terminou com ela. Dei um tapinha em seus traseiros e mandei que fossem tomar banho.
Elas subiram as escadas, sem fôlego, seus risinhos ricocheteando pelas paredes. Voltei aos meus afazeres. Estava dobrada para a frente, enfiando papéis em uma pasta, quando ouvi a mais nova falar para a irmã:
- Caitlin, você não acha que a mamãe é a mais melhor de todas?
Congelei. Eu quase correra pela vida, perdendo aquele momento. Meu pensamento foi para os prêmios e os diplomas que cobriam as paredes do meu escritório. Nenhum prêmio, nenhuma realização que eu jamais alcançara, poderia se comparar a isso: "Você não acha que a mamãe é a mais melhor?"
Minha filha disse isso quando tinha quatro anos. Não espero que ela o diga com quatorze. Mas, aos quarenta, se ela se inclinar por cima daquela caixa de pinho para dizer adeus para o recipiente descartado da minha alma, quero que o diga.
"Mamãe não é a mais melhor?"
Não combina com meu currículo. Mas quero isso gravado na minha lápide.
Gina Barrett Schlesinger
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